“Outros povos têm santos, os gregos têm sábios” Nietzsche
Onde encontramos o princípio de tudo, de onde brotam todas as coisas do mundo? De que são feitas todas as coisas?
A essas perguntas capitais. os gregos antigos buscavam respostas colhidas com a razão, encetando a Filosofia, cujo termo surge na escola pitagórica, significando “amizade ao saber” (philos + sophia), sendo a sofia aquele “prazer” que emana do sábio (sofos).
Os primeiros filósofos gregos viveram, aproximadamente, nos séculos VII e VI a. C., nas colônias da Jônia e da Magna Grécia. Mediante a contemplação cosmológica, ignorando a cosmogonia reinante à época, eles pensavam a natureza através de um saber racional, sendo a ponte virtuosa entre a frustrante limitação do pensamento mítico para o evolucionismo humano amparado pelo pensamento racional.
A força do pensamento dos pré-socráticos iniciou o princípio Arché, centrado na busca e no reconhecimento do uno primordial, de onde advém todas as coisas, citando apenas três deles, e suas respectivas conclusões, sobre o elemento presente em todas as coisas: Tales de Mileto com a água, Anaxímenes de Mileto com o ar e Anaximandro de Mileto com o Ápeiron.
E apesar de hoje em dia, pelo avanço da ciência, podermos corrigir, cientificamente, suas observações, conceitualmente se mantém válidas como princípio, o que demonstra como a filosofia serviu de base à ciência ao longo da história.
Filosofia é a busca eterna de respostas, e os filósofos, nessa constante procura, irão filosofar até o fim de seus dias, pois, como sabemos, não se aprende Filosofia, se aprende a filosofar.
Tentando, humildemente, adicionar algo a essa máxima, posso descrever a filosofia como um guião a ser seguido, buscando a compreensão da existência, aplicando os saberes disponíveis e já entranhados na mente de qualquer pensador, e aplicando conhecimentos inovadores e subjetivos, afastados do misticismo quântico para ativar novas descobertas.
A Filosofia pereniza integralmente a ética adquirida em toda a jornada do ser humano ao longo dos tempos, cuidando e aplicando todo o conhecimento disponível, sem nenhuma amarra, desconfiança, intolerância ou impaciência, para que o pensamento possa fluir, considerando todo o entorno, fazendo justiça e dando sentido a todo o ambiente em que o pensador esteja inserido. De igual modo, valoriza toda a forma de vida na busca constante do equilíbrio num pragmatismo dicotômico.
Ao pensar a Ontologia nos baseamos no alvo comum da harmonia de raciocínio, respeitando a proporção formal entre argumentos. Concluímos então ontologia, como estudo do ser enquanto ser, a dinâmica no ser, e, sua oposição ao não-ser, sensibilizando a interioridade da vida e do ser.
Aristóteles preconizava não ser possível que os contrários ocorram no singular em um mesmo ente e no mesmo sentido, não sendo possível que esse ente possa acreditar possível ser e não ser ao mesmo tempo. Consequentemente, não será possível emprestar ao pensamento tal contradição. Isso nos mostra a relação entre linguagem, pensamento e realidade.
O princípio da não contradição, se baseia em dois extremos e o pensamento aparece como uma ponte entre o ser e o não ser, ainda que a verdade somente é algo que se diz comparando linguagem e realidade. Entretanto Aristóteles introduz o princípio, ao seu discurso, de que é impossível que informações contraditórias sejam verdadeiras ao mesmo tempo e com o mesmo ente, e evidentemente os opostos também não coexistirão, ao mesmo tempo e com o mesmo ente.
Também na interpretação, será impossível que afirmações opostas, sobre o mesmo, sejam verdadeiras. Temos então, visualizando esses fragmentos do pensar de Aristóteles, clareza nas definições do princípio. Esse movimento é para Aristóteles um fenômeno básico da natureza, ressalvando que por ser básico não se deve visualizá-lo como simples, por ser um dos problemas principais, enfrentados pela filosofia, que nos remete a pensar em como é possível algo que “não era” chegue a “ser”.
O movimento, para Aristóteles, é tanto o deslocamento (que relacionamos ao mover-se), como a alteração de caráter, enquanto mudança quantitativa (aumento ou diminuição) incluindo a criação ou destruição. Como observamos, para Aristóteles, o movimento é a mudança em alguns dos determinantes do substrato dos entes.
Na Logica, buscamos uma maior formalidade de conteúdo, nos deparamos com a conclusão que, ao usar regras que já não tratam do ser, mas sim de todas as coisas, nos aproximamos então, da logica moderna formal, devendo cuidar para não perder os detalhes da língua natural.